Já faz um tempo que não passo por aqui. Tinha escrito um texto no dia das crianças, mas a internet lá de casa caiu, e depois já não tive mais tempo.
Bom, no mais tá tudo bem. As coisas andam bem. No dia das crianças fiquei pensando em como era bom quando eu era criança. Porque bastava imaginar para acontecer, agora, imaginar não é o suficiente.
Enfim, senti saudade. Não que eu seja mau agradecida, pois o momento que tenho vivido também é muito bom, e sei que um dia sentirei falta dessa fase também. Mas não há nada como ser criança. É como se vivessemos em outro mundo, com outras pessoas. O quintal parecia o triplo do que ele é...
De qualquer forma estou feliz.
Aliás, hoje é dia dos professores.
Fiquei lembrando de quantos deles já passaram por mim. Apesar de não conseguir lembrar da minha primeira professora, consigo me lembrar das minhas professoras do C.A até a 3ª série de um jeito muito bom. Foram professoras que me ensinaram muito mais do que matéria, me ensinaram a ser humana.
Plantávamos na horta da escola, cuidávamos dos animais do viveiro, demos nomes às árvores do pomar, cada aluno tinha a sua. Era uma escolinha pequena, mas aprendi tanto lá. Chamava-se O Pequeno Bandeirante. Nossa, que saudade que me deu agora!
Professora Aurora, lembro dela como se fosse hoje: Cabelos pretos, longos, pele branquinha... Parecia tirada de livros de história. A Tia Paula, cabelos enroladinhos, toda eufórica, alegre, sorridente. Éramos 8 alunos... Por isso agíamos mais como irmãos.
Logo, vim pra Campo Verde. Nem preciso dizer o quanto gostava da Tia Penha e da Tia Marli. Quantas coisas já aprontei. Em um dia dos professores cantamos uma música da novel Carrossel pra elas, dizia assim: "Professora que corrige os erros meus, me ensina o que é te amo, mas não me ensina o que é adeus." Choraram feito loucas. Hahaha! Também me lembro com muita saudade da Professora Cláudia, por quê será que sempre tive mais afinidade com professores de português?
No Ensino Médio me deparei com muitos professores muito divertidos! Quem esquecerá a eterna Edione? Seus exemplos mais cabulosos serão inesquecíveis. O Ronaldo nem precisa dizer...
Quando cheguei em Campo Grande me deparei com Cabreira, Paulão, Tiriricaaaaaaaa (Saudades!!!!), Ivie, Georgeeeeeees (machooo demaissss!), Dumas!!!! Mauro, Thander Cat, Edilson...
Gente do céu, sem palavras pra definir esses professores aí. O Cabreira com sua eterna teimosia (ainda tive que aguentá-lo no jornalismo), mas com um caráter imenso. Gostava de me provocar, ria das minhas graças. Acho que posso dizer que construí com o Cabreira uma amizade. :) Nunca pensei que diria isso um dia, mas eu sinto falta dos gritos ensurdecedores do Cabreira. O Cabreira pode não saber mas me ensinou muita coisa, principalmente a ser tolerante. Me ensinou a lidar melhor com os meus erros, pois sempre fui muito orgulhosa quando se tratando de erros de português, textos mal escritos. Ele sempre chegava e dizia na lata que o texto não estava muito bom, e nos corrigia sempre que falávamos algo errado, como: "Tipo assim, eu acho, através disso"... Com o Cabreira aprendi a medir melhor o que escrevo e como escrevo.
Lembro-me do primeiro dia de aula no terceiro ano, eu respondi a uma pergunta dele, ele olhou pra mim e disse: - Ei, qual é o seu nome?! - Eu espantada respondi: - Laís! - Então ele respondeu: - Com acento ou sem acento? - Aquele foi o nosso primeiro contato.
Depois disso eu gostava de enchê-lo falando sobre músicas sertanejas, falar 'tipo assim'... :)
Sinto falta de você, Fessor!
O Paulão, o homem dos olhos coloridos. Ele tinha um olho azul e um olho verde. Apesar de ele ter sido um professor super maleável e divertido no 2º ano, confesso que no terceiro ano ele tornou-se mais ditador nato. Tornou-se vice coordenador. Havia uma galera que dizia -Heil Hitler!- quando ele entrava na sala.
Tirica, gente. Parecia demais! Nunca conseguimos fazê-lo cantar Florentina. Ele prometeu várias vezes que se todos fizéssemos os exercício em 10 minutos ele cantaria, nós fazíamos mas ele não cantava. Fazia muita graça, ensinava química. Os pais queriam que ele fizesse Direito, mas ele queria Farmácia.
A Ivie, toda doce. Explicava tudo com aquele jeitinho de mexer com as mãos. Amava o S que ela fazia no quadro. Professora de Biologia. Sempre nos dava uma mãozinha com os coordenadores, trabalhos, aulas...
Haha! O Georges... Quem nunca fez fila no corredor pra entrar na sala dele? Se não entrássemos em fila ele nos colocava pra fora e gritava como um general: Fazer fila, dar uma volta no corredor... O povo ficava olhando pela porta a gente passando em fila... E quando o ar condicionado estava quase nos transformando em iglus? Algum louco pedia para aumentar a temperatura e ele gritava:
- SALA!!! MACHO SENTE FRIO?
-NÃO PROFESSOR (eles respondiam em coro).
Dumas, pra você ter uma noção, ele foi professor do meu pai quando meu pai tinha a minha idade, ou seja, o Dumas é o monumento mais histórico da MACE. Ele parece o patrão do Simpson, eu não me lembro o nome dele. Seu ideal era IGUALDADE, FRATERNIDADE, LIBERDADE. Se você piscasse na aula dele, era mandado para fora. Ele perguntava coisas sobre matemática pra você, se você não soubesse era humilhação geral. Humilhava mesmo. A única vez que ele me perguntou algo eu sabia responder por SORTE!!! E ele olhou e disse: Essa é uma garota que estuda. (Não tinha idéia da matéria dele!). Dumas era bravo, mau-humorado, carrancudo... e inesquecível! Para ele a vida é um triângulo. Ele vivia dizendo isso: A vida é um triângulo. Levava a Maçonaria muuuuito a sério. E tudo era matemática pra ele. Direito era curso de gente burra. Ele dizia isso. Matemática é para os inteligentes, engenharia, física e essas coisas. A área de humanidades era pra débeis mentais, para pessoas que tinham preguiça de estudar.
O Mauro eu nem tenho o que dizer. Eu ria tanto, que sem brincadeira e me desculpando o termo, eu quase mijava nas calças. Meu pai!!!!!!!!!!!!!!!!!! Ele fazia muita graça, tudo, tudo, tudo era graça... fazia piada sobre coisas mirabolantes. Criativo à beça.
Nossa, o Mauro é inesquecível.
A ThunderCat era uma professora de Inglês, que eu não tenho muito o que falar depois que você leu o apelido.
O Edilson e sua eterna piadinha do kibe: "O cara chegou na rodoviária e pediu pro dono da lanchonete - quero esse kibe - o cara colocou a mão dentro do vidrinho abanou as moscas e disse - não é kibe é enroladinho. "
O pior, ele "contava" em russo, inglês, espanhol e por aí vai... Todos os dias tinha que contar.
Ah! Foram tantos... :)
Agora tenho os da facul, eterna Márcia Gomes, Santim, Aurélio, Maria Izabel... Professores cabulosos, divertidos...
Acho que já escrevi demais. Só queria agradecer a cada um deles, mesmo sabendo que eles não lêem isso... Mas a verdade é que eles passam por nós, nos ensinam tantas coisas... e depois simplesmente somem. São pessoas que não deveriam ensinar-nos a amá-los tanto sabendo que vamos nos separar um dia... :p Mas eles ensinam, mesmo sem querer.
Meus Parabéns professores... ! Principalmente aos meus professores... Cada um deles.
Obrigada por compartilharem comigo aquilo que sabiam, e obrigada por me ensinarem coisas que vão muito além da razão (é Dumas, até você conseguiu!).
Obrigada!!
"Professora, por que é que tem que ser assim? Um ano ensina tudo e no outro separa de mim. Professora, que corrige os erros meus, me ensina o que é te amo, mas não me ensina o que é adeus."
xD
=*