10/31/2008

Você


E quando eu preciso das palavras, elas parecem viverem fugindo de mim. Queria, sei lá, tirar esse aperto de dentro de mim. É um aperto estranho, sem vida. E parece crescer cada vez que você não me olha.


É um tipo de aperto que cresce cada vez que o que eu mais quero é um pouco de atenção, mas pode-se passar dias sem eu ser notada.


É um tipo de aperto de vontade de dizer, sei lá, qualquer bobagem só pra ouvir sua voz.


Fazia tanto tempo que eu não dava uma de boba.


Já decidi que vou lhe esquecer, pintar meu céu com novas estrelas, fazer meu sol com um tom mais laranja. Já pensei em lhe esquecer, deixar você escorrer pelos meus dedos, feito água. Já decidi que daqui em diante, nada de palavras, nada de bobagens, nada de você!


Mas é esse Você que vive me pregando peças, aquele Você que consegue mudar todos os meus planos com um olhar, aquele Você que parece ter sido escrito com giz molhado no quadro negro da minha mente, aquele Você tão cheio de você.


Já decidi, não vou fechar mais meus olhos, vou jogar meu pensamento pela janela, vento à fora, mas eles acabam sempre caindo nas suas mãos.


Já decidi, vou olhar pra você e procurar seus defeitos, seus trejeitos que me irritam, mas são eles que escorrem pelos meus dedos, não você.


Você é gelo, é pedra. Não escorre.


Já decidi, vou esquecer seu sorriso, o timbre da sua voz, a espessura do seu cabelo, a cor dos seus olhos.


E quando não posso usar palavras, elas me aparecem. Fazem montes sobre mim, fazem mel nos vãos do meu interior.


E quando eu preciso de silêncio é a sua voz que não me deixa dormir.


Quando preciso de um pouco de escuridão é a sua luz que vem me acordar.


Já decidi, sou forte, não me apego fácil. Já decidi, sua cor vai se ofuscar. Já não ligo se lhe amei.


"Pouco importa o passado", soa bem pra quem não sofreu. Mas pra mim, já decidi... As palavras acabaram, minha criatividade esgotou-se, meus sentimentos estão perdidos pelo texto. Mas no final algo ainda continua existindo: você.


10/23/2008

Saudades


Olha só, quem é vivo sempre aparece! :)

Aqui estou eu, voltando a escrever.

Sábado vou prestar o vestibular aqui no Mato Grosso... Voltando pra casa...

Quero falar sobre tudo que aprendi com o pessoal do curso de Jornalismo da UFMS. Então aqui vai um texto... meu!


Dava pra começar falando sobre todos os momentos íntrisecos que eu ri, que eu gargalhei. Mas eu me lembro bem daqueles em que eu não estava bem, das vezes que eu chorei e eles chegavam até mim preocupados. Dá pra dizer que com eles aprendi o que é amizade, sem falsidade. Dá pra dizer que eu aprendi a ser tolerante, aceitar as pessoas como elas são, sem querer mudá-las, sem querer embutir nelas uma opinião minha. Dá pra dizer que eu aprendi o quanto podemos nos amar, nos aceitar, sem criarmos problemas. É muito fácil vivermos em paz. Dá pra dizer também que os churrascos eram os melhores e a criatividade era das maiores!

Dá pra olhar pra cada um e dizer o que cada um ensinou pra mim, mas como tudo na nossa turma, o que fez eu amá-los tanto é a junção de todos esses ensinamentos, que me trouxeram tanta graça.


É engraçado como cada um era um, mas no fundo éramos todos iguais. Compartilhamos dos mesmos sonhos, com pequenos detalhes pessoais. Se eu pudesse fazer com que cada um entrasse dentro do meu coração para que eles soubessem o que sinto de verdade. Para que eles soubessem o quanto a vida deles marcaram a minha. Cada defeito, cada trejeito, cada qualidade se juntaram dentro de mim e as peças começam a se encaixar quando aprendemos a nos amar.


Queria poder voltar no tempo e rever cada momento. Cada sorriso, cada lágrima, cada segredo contado.


E o que mais me chama a atenção é a humildade, a simplicidade de cada um. É como esse texto, simples mas cheio de detalhes, cheio de poderes que parecem se entrelaçar.


E nas discussões? Mestre Tito vivia nos colocando na berlinda, mas no final era como se nada tivesse acontecido. Afinal de contas, desde o começo já entendíamos o que éramos e no que nos tornaríamos. Vou sentir saudades...


Vou sentir saudade dos nossos papos cabeças, vou sentir saudade dos professores, vou sentir saudade dos textos do Hermano, vou sentir saudade de sentar na escada e ficar lá, conversando sobre os duendes da Márjory... Vou sentir saudade de ouvir o barulho das rodinhas do móvel que carrega a televisão entrando na sala de aula, mas vou sentir mais saudade do YMCA... Vou sentir saudade de falar: Oiiiiiiiiiiii Flavião... Vou sentir saudades, imensas. Dos filmes, das gritarias, dos planos, das revoltas, das alegrias. Vou sentir falta das críticas construtivas da Márcia Gomes e de poder dizer pra todo mundo que eu tenho uma professora que fez Doutorado na PUG de Roma e que ela está prestes a tornar-se PhD. Vou sentir falta das musiquinhas e teatros da aula de inglês, de ir até o ponto de ônibus ouvindo o Da Mata tocando violão. Vou sentir saudades de pegar carona com o Hermano. Vou sentir saudade de falar sobre High School com a Rapha e o Matheus... Vou sentir tanta saudade de ver os nervosismos de um e a super calma de outros...
Vou sentir falta de rir até chorar, nos momentos mais indevidos.
Vou sentir falta...


Vou sentir saudades das fotos, que tanto me mostram sobre cada um hoje, "e o que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia, as cores, figuras, motivos, o sol passando sobre os amigos, histórias vividas, sorrisos..."


Foram nessas horas que Deus nos deixou às custas para sermos felizes. ;) "Quando o dia não passar de um retrato, colorindo de saudade o meu quarto, só aí vou ter certeza de fato que eu fui feliz."


Vou sentir saudade de vocês. Saudade do abraço, do aconchego que era chegar na faculdade e saber que eu iria encontrar pessoas tão especiais. Tão cheias de vida, tão cheias de bons sentimentos.


Quero dizer que pra mim também é difícil dar um tchau assim, sem pedir ao Deus que eu acredito, que Ele abençoe vocês. Que Ele possa fazer vocês cada dia mais unidos, que Ele possa estar com vocês em cada momento, e que vocês não esqueçam dos amigos que fizeram e dos que ficaram para trás, pois é disso que somos formados, de detalhes.


O que realmente nos tornou tudo que somos não foi sentarmos ali na escada e conversarmos, mas foi a escada estar ali, foi o céu estrelado lá atrás que nós não notávamos mas que no íntimo nos tocou. Foi dividirmos o pouco que possúiamos, e o pouco tornar-se muito, tornar-se parte do nosso caráter, tornar-se realidade.


É por isso que eu tanto amo vocês, pelas coisas que vocês fizeram na minha vida, sem nem ao menos perceberem. Vocês marcaram a história da minha vida. Amo vocês, e não vou esquecer jamais do que vocês representam pra mim...


Obrigada galera, obrigada por serem tão vocês!


Sentirei saudades....