4/05/2011

Sim, eu sou uma jovem cristã


Sim, eu sou uma jovem cristã, no ano de 2011. Eu sou uma jovem cristã no ano em que o homossexualismo é o assunto do momento. Também sou uma jovem cristã onde milhares e milhares de jovens se entregam ao pecado (de todos os níveis), e acham que estão corretos, que aquilo não pode fazer mal nenhum. Que os tempos mudaram, que precisamos nos enquadrar nos padrões modernos. Eu sou uma jovem cristã no tempo em que o Japão foi assolado por uma das maiores catástrofes que já existiu, onde milhares e milhares de pessoas morrem de fome por dia e onde a contaminação da água é preocupante. Onde o Brasil foi inundado e destruído por uma quantidade imensurável de chuva.

Sim, eu sou uma jovem cristã na “Era da Tecnologia”, onde computadores, celulares e máquinas fazem o trabalho do homem, pensam pelo homem, sentem pelo homem. Eu sou uma jovem cristã num mundo capitalista, materialista, onde a marca da roupa, da bolsa, do sapato, valem mais que a marca da promessa. Na era em que o celular envia mensagens de amor, e não há mais necessidade de colar o papelzinho no espelho para surpreender quem se ama.

Dizer que eu sou incorruptível, dizer que eu não me enquadro em toda essa realidade é uma mentira. Tenho que ter minhas opiniões sobre homossexualismo, sem fugir dos padrões bíblicos, sem ofender os meus muitos amigos gays, tenho que dizer que Deus os ama, e sempre os amará.

Tenho que fazer as pessoas entenderem que Deus tem uma pessoa certa para nós, e que devemos esperar o momento certo, ou que o amor de Deus pode ser tão suficiente que não precisaremos encontrar ninguém para nos completar pois Ele já completa, quando nem eu sou assim, quando eu mesma não sei lançar sobre Ele a minha ansiedade, quando eu mesma já pequei tanto. Como dizer sobre os planos de Deus para pessoas carentes de toque? Carentes de calor humano? Como dizer que Deus vai preenchê-los sem precisar ter alguém pegando em sua mão ao seu lado?

Tenho que dizer que Jesus tem um propósito em tudo para uma realidade destruída no Japão. Como acreditar em Deus diante de tanta destruição? Fala sério! É muito mais fácil jogar tudo para o alto e dizer: Cara! Deus é mal!

Como dizer sobre Jesus para pessoas que têm dinheiro? Para pessoas que podem comprar tudo que precisam, que podem se alimentar do que querem, que podem estudar novas línguas, novas culturas, que podem preencher seu tempo?

Eu tenho errado, sei disso. E viver nesses dias não é fácil, não é. Sou jovem, tenho sonhos, tenho vontades, TENHO HORMÔNIOS, tenho celular, computador, twitter, facebook, tenho carências, medo... Segredos! Perdi, talvez por causa de tanta informação, a capacidade de me confessar para alguém, fazer amigos está cada vez mais difícil, e é como se caminhássemos sozinhos. Sozinhos num mundo tão cheio de pessoas.

Mas a verdade é que não sou apenas uma jovem no mundo de hoje, sou uma jovem cristã. Carrego em mim uma marca que me diferencia dos outros. É essa marca que me faz esquecer o passado, que me faz tentar de novo. Que me faz entender que o passado, Deus apagou. É essa realidade que me dá forças para entender que o que os olhos não viram e o que os ouvidos não ouviram é aquilo que Deus tem preparado para mim.

É o fato de ser cristã que me leva a ter esperança de que as pessoas vão entender, mais cedo ou mais tarde, que as tragédias mundiais não dizem respeito a Deus, dizem respeito a nós, dizem respeito às nossas escolhas diárias. E que nós temos que acreditar pela FÉ e não por aquilo que vemos Deus fazer, ou não fazer. Que devemos crer em Deus em meio aos problemas porque só aí entenderemos o real significado da FÉ!

É o ser cristã que leva a esperança de que Deus tem alguém preparado para mim, e para tantos outros jovens, alguém que perdoe os nossos erros e que nos ame incondicionalmente a ponto de perceber que Deus é o centro para que qualquer relacionamento dê certo, e que sem Ele mais famílias serão destruídas. E que amar mesmo não é ficar aqui, ou abraçar ali, ou preencher carências momentâneas, mas que amar alguém é algo muito mais profundo, muito mais mágico, muito mais detalhista, amar alguém é sacrificar-se a ponto de dar sua vida por causa de outra pessoa, e se amar é dar a sua vida, quanto mais dar outros princípios, outras crenças, outros pensamentos. É entender que Deus não muda alguém por NOSSA causa, mas Ele muda alguém por causa DELE mesmo, muda inclusive nós.

É o ser cristã que me dá esperança de que nós vamos aprender a usar toda a tecnologia para propagar o Reino, não pára julgar, xingar, destruir sentimentos, preencher carências, mas para propagar o AMOR de Deus. Mas ainda assim, é o ser cristã que me dá a mesma esperança de que nós não vamos trocar as tecnologias pelo abraço quente, pelas conversas longas, pelas risadas profundas (daquelas que a gente até chora), pelo ombro amigo, pela lágrima sincera, pela oração íntima, pela leitura da Bíblia (e ter o prazer de folhear cada página). É o ser cristã que me faz acreditar que NÃO, as pessoas não vão trocar a vida por uma outra realidade.

Elas não vão trocar o cheirinho da comida caseira, pela rapidez do FAST FOOD, simplesmente porque não têm tempo, podem até trocar porque gostam, mas não porquê não têm tempo. Elas não vão trocar as rodinhas de amigos, com um violão, no fim da tarde, por um dia inteiro nas redes sociais. Elas não vão trocar um abraço no seu filho por um tempo na frente da TV. Elas não vão trocar as viagens com a família, por trabalho. É por ser cristã que eu acredito que as pessoas vão reciclar, vão economizar água, e não vão economizar consciência ecológica!

É por ser cristã que eu acredito que as pessoas vão vencer a depressão, porque Jesus as perdoou, porque elas estão livres, e é por ser cristã que eu acredito que as pessoas vão ser livres de seus pecados, de suas concepções, do capitalismo profundo. Elas entenderão que o mais importante, mesmo, não é o que a gente veste no domingo a noite para ir ao culto, mas é o porquê vestimos, é como se a motivação de se vestir por fora, acabasse sendo a mesma de se vestir por dentro.

É por ser cristã que eu acredito que um assassino, um ladrão, um fornicador, uma prostituta, uma adúltera, um pedófilo, um mentiroso... poderão ser perdoados! Sim, eu acredito no perdão, por ser cristã. Acredito, piamente, naquele amor de profundezas não reveladas, de cores! De brilho!

É por ser cristã que troco, quantas vezes forem necessárias, a minha conversa do dia de um grande estudioso, pela conversa simples de pessoas simples, mas felizes.

Aliás, é por ser cristã que ainda tenho tantas esperanças. Esperança de eu mesma ser melhor. Muito melhor.

Sim, eu sou uma jovem cristã, no ano de 2011, em um mundo onde o poder de Cristo pode ser muito mais real do que qualquer circunstância, aparentemente, impossível!