6/30/2010

The king Stephen King


Lost que vá me perdoar, mas depois que descobri Stephen King nenhum outro suspense parece ter o mesmo sabor.


Tenho que confessar que estou apaixonada pelo modo como King escreve. Enquanto leio tenho medo e ao mesmo tempo ataque de risos. King é o mestre do suspense.


Quando li uma ideia do final que Stephen King daria a LOST fiquei muito curiosa (apesar de os produtores terem usado alguma coisa que ele palpitou). Gostaria de alimentar minha sede por suspense com um final "cabuloso" de Stephen King. Ele daria mais sentido para a melhor série de suspense de todos os tempos.


Sthephen King faz despertar o lado negro de todo mundo. (Até aqueles que não sabem que possuem).


Achei que seria legal dedicar uma postagem a King, ele tem me feito viajar e imaginar bastante nesses últimos dias.


Magnífico esse King!


"O Scout tinha começado a subir a rampa íngreme de um monte coberto de árvores. A neve ali era ainda mais espessa, mas Henry rodava com os faróis altos e viu claramente a pessoa sentada na estrada cerca de 100 metros à frente - uma pessoa que usava um casaco de baeta, um colete laranja que era soprado para trás como a capa do Super-Homem à força do vento que se intensificava, e uma daqueles chapéus russos de peliça. Fitas laranja estavam presas no chapéu, também agitando-se ao vento, lembrando a Henry as bandeirolas que às vezes se viam adejando em depósitos de carros usados. O sujeito estava sentado no meio da estrada, como um índio que deseja fumar um cachimbo da paz e não se mexeu quando os faróis incidiram sobre ele. Por um instante, Henry viu os olhos da figura sentada, bastante abertos, mas imóveis, tão imóveis, brilhantes e vazios que pensou: Assim meus olhos seriam se eu não vigiasse tão de perto."


O Apanhador de Sonhos - Stephen King - 2001

6/28/2010

Perdemos muito na vida


Perde-se tanta coisa nessa vida.

Perde-se o dente mole, para dar lugar a um novo. Perde-se o dente novo, porque não fizemos a curva de bicicleta do jeito certo. Perde-se o dinheiro que caiu do bolso. Perde-se o celular que caiu do mesmo bolso. Perde-se o anel, o chapéu, o boné. E até o sorvete que estávamos segurando.
Perde-se o tempo certo da amora e da jabuticaba.

Perdemo-nos na rua, no bairro, na cidade... viajando!

Perde-se a sombrinha levada pelo vento. Perde-se o par do chinelo embaixo da cama. Perde-se o jogo entre amigos.

Perdemos coisas... amigos, por causa de uma briga. O namorado, por causa de uma briga. Perdemos o brinco no vão do sofá. E a pilha que cai do controle remoto que perdeu a tampinha de trás.

Perdemos a inocência de uma criança, e a diversão que tudo podia trazer. Depois de um tempo, perde-se até os sonhos, os desejos mais ocultos... de ser astronauta, por exemplo. Perde-se as bonecas e os carrinhos que costumavam ficar dentro da caixa de brinquedos, aliás, perde-se até a caixa de brinquedos.

Perde-se a paciência em brincar de esconde-esconde, de colorir o palhacinho que a professora nos deu.

Perdemos o cachorrinho que vimos crescer, ou alguém que amávamos.
Perde-se o número do telefone, a data do aniversário de casamento.

Perde-se a virilidade, a beleza, a jovialidade.

E devagar vamos perdendo a vida.



Mas no fim de tudo isso a vida nos dá algo, assim, como que para nos confortar... Ela nos oferece, gratuitamete, FORÇA.



E isso, meu amigo, sustenta qualquer perda.

6/15/2010

A menina


Seus olhos não expressavam aquilo que sentia

Ela olhava para o céu mas não via nuvens

Procurava alguma forma, alguma cor.


Perguntavam uns aos outros:

O que tem essa menina? Ela não é como os outros.

Ela não tem amigos.

É tão sozinha a pobrezinha.


O que eles não sabiam é que seu amigo

Estava ali

Sorrindo para ela, mas os outros não enxergavam

Os outros eram sozinhos.

6/14/2010

Síntese da vida de quem já viveu muito, Mario de Andrade


Talvez falte mais tempo pra eu viver ainda do que já vivi, mas esse texto do Mário de Andrade é extremamente fabuloso. Vale a pena arquivá-lo no meu blog.
......................................................................................



Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas. As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades. Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados. Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral. As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana, que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade…
Só há que caminhar perto de coisas e pessoas de verdade. O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

6/08/2010




Essa música fala muito sobre mim:

Vaidade - Heloísa Rosa

Busco na vida tantas coisas, que nem sei por que razão
Fortaleço minha vontade pra que tudo aconteça, do meu jeito
Corro enquanto acredito, persisto até chegar ao fim
Pra descobrir lá no final que eu corri atrás do vento
O que eu preciso, os homens não podem dar
O que eu preciso, a prata não vai comprar
O que eu preciso, o mundo não pode dar
O que eu preciso, é habitar contigo..... Oh Deus!
Atraia-me, para perto de Ti
Esconda-me, oh Deus
Atraia-me, para perto de Ti
Esconda-me, oh Deus
Atraia-me, para perto de Ti
Esconda-me, Oh Deus
Esconda-me Senhor, esconda-me,
Esconda-me Senhor
Esconda-me do Pecado
Esconda-me desse Mundo...
Esconda-me Senhor