12/15/2011

Acordes


Não adianta, não tenho inspiração.

Começo a escrever, e logo tudo some.

Vira fumaça, nuvem.

Então eu começo de novo.

Recomeço.

Recomeço.

Mas não dá. Porque algumas vezes não existem recomeços.

Existe novidade. Existem decisões diferentes, sobre caminhos diferentes.

Quem me conhece, sabe que não desisto.

Quando quero, faço, vou atrás.

Mas minha alma é movida por desejo.

Alimentada por vontade.

Quando acaba a vontade, ela morre de fome.

E esquece.

Eu poderia dizer que quero continuar.

Mas isso não é verdade.

Não há expectativa. Não há alimento.

Quando olho pra dentro de mim, minha alma parece esmagada.

Dolorida. Machucada.

Mas não mais sozinha. Isso eu já percebi.

Sigo caminhando, talvez ninguém me veja.

Talvez ninguém pare para conversar comigo, sobre o tempo que seja.

Talvez no meio do caminho, eu vá sozinha.

Carregando minha mochila, com todo meu passado, com todos os meus sonhos, com todos os meus planos. E o meu violão.

Talvez eu descarregue a mochila, se pesar.

Mas a verdade, é que o caminho não me importa muito.

O ir importa. E é ele quem faz o caminho.

Se você olhar pra mim, com esses olhos orgulhosos

E disser que não.

Eu retribuirei o olhar, com dor.

Mas não insistirei. Talvez eu diga jamais, apesar de não gostar dessa palavra.

Agora, se o seu orgulho, for derrubado como aquelas muralhas...

E você olhar pra mim, com os olhos de amor.

E disser que sim.

Eu prometo que não haverá mais nada além de confiança.

E eu insistirei até o fim. E direi para sempre.

E amarei para sempre.

Pois bem, enquanto continuo caminhando na incerteza.

Não me preocupo com o alvo, pois sei que vou alcançá-lo.

E o alvo não é você.

O alvo é Ele.

Só te peço por favor, não me deixe cansar.

Se quiser caminhar comigo, iremos juntos, de mãos dadas.

Dividiremos nossos sonhos, nosso peso.

Você carregará um pouco dos meus, e eu um pouco dos seus.

E assim, não ficará pesado pra ninguém.

Só te peço, por favor.

Não faça de conta que não há. Não ignore.

A gente não ignora as pessoas que estão caminhando e param para conversar conosco.

A gente não se desfaz delas. Não deixa pra lá quem se importa com a gente.

Pode ser que digamos não. Mas sem ignorar.

Já decidi, e isso não importa.

Talvez eu tenha que caminhar sozinha por um tempo.

Logo existirá alguém que caminhe comigo.

Que diga sim.

Que tenha as mesmas ambições.

Mas me retire da angústia. Antes que o cansaço me domine.

Eu não quero te abandonar outra vez, depois de tanto caminhar.

Eu só quero descansar. Sentar de repente, no meio da estrada, tirar o violão da capa, e tocar.

Tocar um novo som, uma nova música.

Ouvir o que quer dizer meu coração.

Não irei desistir. Nem estou falando que quero.

Mas no final das contas, não é que a gente desiste, é que a gente, às vezes, cansa.

Não é que a gente cansa de caminhar, a gente cansa mesmo é de esperar.

Aí a gente muda de rumo, de direção...

Sem trocar o alvo.

Trocando, talvez, de sonhos. De acordes, de melodia.

Clareando o caminho. Sonorizando os passos. No compasso do toque da mão no violão.

No jeito correto de apertar os dedos nas cordas.

Reencontrando emoções e dando novo sentido à vida.

Ao caminhar. Ao dedilhar.

A nós mesmos.

12/08/2011

Para ele


Ele sempre vem. Derrubando as muralhas.
Vem quebrando as concepções, criando princípios.
Ele chega de mansinho, me envolve, me cativa.

Fala manso, sussurra no ouvido.
Passeia pelos meus sentimentos, e faz mudar tudo.
Muda o rumo das coisas, transformando a dor em conforto.

Ele chega, como quem não quer nada, me agradece por tudo
Me aprisiona, e depois me deixa.

Me deixa como se não fosse mais voltar.
Me deixa com as minhas dores, e demora voltar.

Mas volta.

Foi ele quem me fez caminhar.
Transbordar, por tantas vezes.
Perdoar.

Ele me ensinou a sorrir, a dizer não.
A acreditar em mim.

Me mostrou que o passado, na verdade nem existe. É tudo uma coisa só.
Na verdade ele nem é dono do que passou.
Nem eu.
Nem ninguém.

E depois que me abandona, volta, como se não quisesse nada.
Me pega no colo, me gira no ar.
Me abraça.
Cheira meus cabelos, sente o calor da minha pele.

Olha nos meus olhos, com o mais profundo olhar...
E me leva.
Me envolve. Me beija.
Me solta ao léu. Transbordando de paixão.

E de repente, ele acalma as ondas.
Ele me traz a paz.
Me faz entender que é mais, amar é mais...

Amar é muito mais.
Amar é aquele algo profundo.
Muito mais profundo.

Não é paixão. É aquele dividir de alma. Encontrar de alma.
Aquele dividir de sonhos, de cores, de tratos.

Amar é aquilo que nos faz apoiar, quando tropeçamos.
Abrindo os braços, quando se chora.

Ele me mostra tudo isso, assim de repente.
Que amar é isso. Amar é fundo, é profundo.

É ele. Esse dono dos meus dias.

Que me carrega.

Me faz sentir saudade, daquilo que já foi. Me faz sonhar com o que pode ser.
Com o que será.
É ele que me deixa curiosa, nesse misto de paz e loucura. Certeza e curiosidade.
Pra saber quem será, como será, o que será.

É ele, o mais lindo de todos.
O que consegue me fazer perceber, que de repente tudo já passou, e eu estou bem.
Amadureci, cresci, sarou... passou.

Meu doce e eterno: TEMPO.


11/29/2011

Permanecer



Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tende nos céus uma possessão melhor e permanente. Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, e o que há de vir virá, e não tardará. Mas o justo viverá pela fé, e se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós porém não somos daqueles que retrocedem, mas daqueles que permanecem para a conservação da alma.

Hebreus 10.32-39


11/24/2011

Só importa Jesus


A E
E de repente, eu percebi
D D9 D
Que nada mais importa
A E
Os meus sonhos, minhas vontades
D Bm E
O meu caminhar... tampouco os meus pés ou mãos.


A E
Não! Não importa...

D Bm D E
Não importa os olhares, os olhos ou lugares
A
Não importa mais.

A E
Não! Não importa...
D Bm
Não importa o meu passado
D E
Não importa os meus desejos
A
Apenas Jesus.

Só importa Jesus.



[Voltei a compor! E enxerguei muita coisa. :)] >>> provavelmente a cifra está fora de lugar, é difícil editar aqui! :D


11/15/2011

mágoa


Acontece que algumas vezes você tem que deixar passar, sem deixar crescer.
Acontece que algumas vezes a escolha não depende só de você.
E algumas vezes você terá que dar tchau, mesmo sem querer.

Acontece que algumas vezes vão machucar seu coração. E vai doer.
Mas vai passar.
Isso é certo.

Acontece que na maioria das vezes você não pode tomar decisões pelos outros.
E algumas vezes você tem que voltar atrás com as suas por causa dos outros.

E poucas vezes você vai decidir amar alguém. Mas talvez essa pessoa não te ame de volta.
E poucas vezes é a mágoa que não deixa.

Mas aí você vai ter que virar a cabeça e olhar em outra direção. Porque acontece que na vida, não existe apenas uma escolha...

E talvez doa. Mas passa.

Porque no final você acaba entendendo que as escolhas, assim como a salvação, são pessoais.
Não se escolhe pelo outro.
Ele tem que escolher sozinho.

Acontece que eu pensei que pudesse te amar. Eu estava disposta a isso. Mas virei a cabeça e percebi que existem escolhas que não cabem só a mim.

E então decidi seguir em frente.

Mais uma vez.

11/10/2011

De Janeiro à Janeiro



Sabe aquelas músicas que traduzem tudo que se passa dentro de você em apenas alguns minutos? Pois é, é dessas.

11/08/2011

Plenitude


E de repente, aquilo que eram muros tornam-se nuvens, fumaça.
Ainda é difícil de ver, mas não é intransponível.

Porque de repente aquilo que era vazio, torna-se completo.
Ainda é difícil perceber, mas dá para sentir.

E assim, como se de súbito, aquilo que não existia, torna-se amor
E não é mais difícil notar, pois é força.

É plenitude.

É paz.

Serenidade, suficiente para apagar os defeitos.

E de repente aquilo que era sonho, torna-se realidade.

E vou dizer pra você, é daquelas realidades gostosas de serem sentidas, sabe?

Daquelas que são muito mais plenas que o sonho... do que qualquer sonho.

De repente é amizade, é cor, é suavidade.

Mas acima de tudo, é certeza. É descoberta. É inocência.

É promessa de um dia claro. De uma noite fria.
De um beijo suave, um abraço apertado.

É promessa de nunca deixar, é confiança em acreditar.

De repente é acreditar novamente no brilho da lua,
Na sua solidão.

Na sua sina.

De repente, é mais do que tudo.
É atração, é desejo, é calor.

De repente é sangue que corre, pensamento que fica.
Pensamento bom.

De repente é água na fonte, é cachoeira que vibra.

De repente é som. É volume.

E no mesmo instante é silêncio.

De repente, e não mais que de repente, é um algo que cresce devagar, que desenvolve e se propaga no tempo, sem diminuir, sem decrescer... É um algo assim, como se enxergasse o que não se vê, como se tivesse o que não se tem, como se acreditasse no que, para todos os outros, não existe.

De repente, nada mais é, do que esperança.

Daquelas esperanças que duram. E só se despedaçam quando alcançadas, exatamente como se esperava acontecer...

Assim.

11/02/2011


E quando o passado começa a ser presente novamente, o que a gente faz?



10/21/2011

Pré-conceitos


E o papel da igreja [nós] é aceitar as pessoas que são rejeitadas aí fora. Então, por quê as julgamos, ao invés de amá-las?

10/14/2011

Portal


De tristeza mal feita escorriam as lágrimas
Era um misto entre a dúvida e o abstrato.

Não sei se você entenderia.
Mas tinha uma coisa, uma coisa de alma assim.

Em busca do controle
Em busca da perspicácia.

Um cansaço, uma esperança.
Quase antônimos.
Quase solitários.

Era aquela fase sabe?
Em que se quer ser criança,
Mas é adulto.
E não aquela em que quer ser adulto
Mas é criança.

Aquela fase que não acabava.

Porque no fundo, a verdade era uma:
Tudo era como antes. Nunca mudou.

Sempre foi assim
Sempre seria.

E no fim eram os olhos a janela da alma.
Mas não dá pra espichar os pés, e espiar por cima, meio escondido
Pra saber mesmo, só pulando para o outro lado.

No profundo.

Atravessando o brilho
E entrando no que era desconhecido.
Sozinho.

Aquele jardim, borrado com o fim da tarde, com flores desconhecidas, grandiosas silhuetas de árvores...
E aroma de alma.

8/29/2011

E poucos tem a coragem...

Porque conhecer a Deus é como ver o mar. Pode ser maravilhoso por fora, mas suas maiores belezas e seus maiores segredos estão no seu profundo.

:)

8/06/2011

Saudade


Não é vontade de voltar atrás, nem de reviver o que já passou, tampouco arrependimento das escolhas que tomei. É apenas saudade.

8/01/2011

MISTÉRIOS

Qual é o verdadeiro motivo de eu estar aqui? Será mesmo que existo? O que sou eu? Quem sou eu? Sou uma alma em um corpo, um corpo em uma alma? Sou uma ilusão? Penso, logo existo. Já dizia Descartes. Existo para o quê? Para quem? Para mim mesmo?

Talvez não tenhamos todas as respostas que gostaríamos de ter. Mas é como o próprio Sócrates disse, a pergunta é mais importante que a resposta.

O mundo transpira mistério, não é perceptível? Pessoas grandiosas, acreditando em suas filosofias passaram por aqui… Pessoas que contribuíram para a sociedade, acreditaram em seus ideais e nem sempre eles eram os certos, mas foram pessoas que incitaram outras a pensar, a raciocinar, a duvidar. Hoje o mistério do mundo não encanta mais, apenas o mistério do homem.

Nos acostumamos a nos encantar mais com o último aparelho de computador ou celular, do que com o crescer das plantas, o nascer do sol, o canto dos pássaros ou o barulho do rio. Nos importamos mais com o último modelo de sapato do que com o desenvolvimento dos pés, das unhas, dos dedos dentro do útero da mãe.

Não é engraçado? Cheiramos a mistério. O vento, as árvores, os sons, a música, a sinfonia do universo, das estrelas… luzes que demoram milhões de anos luz para chegar até nós não nos encantam mais, pois o dinheiro tomou o seu lugar.

Esquecemos de quem somos, de como fomos criados e de pra onde iremos. Não nos importamos em deixar nada de valioso para a nossa geração. Não nos importamos em deixar um marco, um sinal de que nos importamos com os que ainda virão, com os filhos dos nossos filhos.

Vivemos, apenas. É isso.

Não nos entregamos ao amor profundo. Não vivemos o amor. Preocupamos com nosso jantar, com nosso refrigerante, com nossa roupa, com nossa cama, com nosso futuro, nossos estudos, nossas dores. E não lembramos sequer do nome da pessoa com quem conversamos há cinco minutos atrás. Onde estamos?

Em um mundo sozinho. Em um mundo feito de pessoas sozinhas. Que vivem unidas, mas são sozinhas. Não sabem falar sobre a cor, sobre a poesia, sobre as palavras… Em um mundo onde os que pensam são loucos, e onde os que não questionam são sábios.

Quanto tempo levaremos para entender que estamos aqui por um simples fato: Marcar.

É isso. Estamos aqui para marcar. Marcar alguém, marcar muitas ou poucas pessoas, mas marcar. Não estou falando de se impor com suas idéias, agindo com agressividade, estou falando de praticar o que é certo, de pararmos de dizer que acreditamos em Deus e continuarmos vivendo como se não nos importássemos com o que Ele pensa. Mas dizermos que acreditamos em Deus, e vivermos aquilo que acreditamos. Intensamente. Estamos aqui para mostrar à humanidade que é bom vivermos corretamente. Que não trata-se de sermos bobos, mas de sermos sábios. O conhecimento é poder, já dizia Francis Bacon. E não é exatamente isso o que diz a Bíblia? “Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a as sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor e achará o conhecimento de Deus [...] assim andarás pelo caminho dos homens de bem e guardarás as veredas do justos. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.” Provérbios 2 fala sobre isso.

Você quer ser eterno na Terra? Marque sua existência! Seja menos cômodo, oras! Levante-se, pense, reflita sobre os mistérios. Por quê, afinal de contas, passarmos por essa Terra sem deixarmos nossas marcas? Sem explorarmos nossos mundos interiores, sem travarmos nossa guerra interior todos os dias? Porque nos acostumarmos com tudo, cedermos aos pecados, à ganância, ao conforto, quando há cheiro de mistério por aí, quando há cheiro de novidade, quando há ventos de coisas nunca antes descobertas, pensamentos nunca antes pensados, sentimentos nunca antes sentido, experiências com Deus, com pessoas, nunca antes vividas!

Explore-se.

Ora, pense melhor sobre tudo. Sobre quem você tem sido. Sobre quem você quer ser. Não seja mais um… Seja como a filha de Jairo, ou a mulher do fluxo de sangue, seja como Maria Madalena, como o cego Bartimeu, como Jesus, como Descartes, Sócrates, Durkheim, William Shakespeare, Aristóteles, Hegel, Marx, Rosseou, seja como Pedro, João, Lucas, Thiago… Ouse! Ouse pensar. Ouse sair da sua zona de conforto. Ouse arriscar-se. Ouse acreditar na sabedoria. Ouse vencer, romper suas barreiras, seus limites, suas limitações…

Pois pessoas que caminham contra o mundo, acabam marcando-o muito mais do que os que caminham em uma única direção.

O mundo é seu, não se adapte à ele, explore-o.

No fundo o verdadeiro motivo de você estar aqui é ser diferente. Não existe ninguém igual a você. Essa é a graça! O amor de Deus por você é tão imenso que Ele fez você um indivíduo particular, com suas próprias singularidades, para que você entendesse que é especial. E que muito mais do que um corpo, apenas, existe sentimento, existe cor, existe esperança, existe, principalmente, vida em você. Você é o mistério principal, não percebe?

Explore-se.

Beijos,

_____________________________________________________________
Laís Schwarz

6/29/2011

O espelho


E ela olhava para o rosto no espelho. Tanta coisa mudara.
E ela olhava a alma no espelho. Muita coisa continuava do mesmo jeito.
É como se o tempo tivesse passado, é como se os outros olhassem para ela e não achassem que aquela criança era a mesma pessoa que aquela mulher. Mas ali, parada diante do espelho ela sabia que era a mesma.
Que seus medos não mudaram, nem seus sonhos.

Talvez tivesse crescido em alguns aspectos, tanta coisa a vida lhe ensinara. Mas é como se esses valores não levassem dela a infância.

Suas dores talvez fossem diferentes, mas não eram maiores. Eram dores ainda. Com a mesma intensidade, mesmo sem que fossem as mesmas circunstâncias.

Sentia falta de coisas que não deveria.

Mas que deixasse estar. O espelho lhe mostraria o caminho para o coração. Ela olharia através dele, mas entenderia que ainda assim era a mesma. Talvez deixara os interesses de menina para trás, mas não deixara para trás sua essência, a inocência que aplaina o caminho.

E um dia, quem sabe, ela perceberia que não é necessário o espelho. Porque no final das contas ela descobriria que o espelho mostra apenas uma parte de quem somos, a outra, a gente sente.

6/05/2011

A Subjetividade no Direito de Família

Essa semana escrevi um texto para um trabalho de Direito Civil. O tema era exatamente esse do título. Gostei do texto, e a professora disse que eu consegui entender o atual problema de tal subjetividade. Então, estou postando o texto, pois talvez acrescente algo a você.

Abraços,

Falar sobre subjetividade, não apenas no Direito de Família, mas em relação ao ser humano, é algo que exige estudo, dedicação e, principalmente, uma dose alta de paciência.
O Direito Civil, com todo sua sociologia enrustidamente (ou não) embutida, vem tratar desse tema de forma peculiar.
Todos os dias, em toda a parte, vemos problemas de ordem familiar, atualmente quão debatido tem sido a união estável homossexual, seus efeitos, suas características. Além disso, vemos um tema multidisciplinar que trata da Síndrome da Alienação Parental, temas antigos como as proibições de ordem sexual (como bem citado por Rodrigo da Cunha Pereira), além de temas calorosos, como a virgindade da mulher, ou adoção por casais homossexuais, o aborto que além de fato criminoso, incide, e muito, no Direito de Família e até mesmo matérias que versem sobre reconhecimento de paternidade, ou execução de alimentos.
Globalização, revolução tecnológica, rapidez de informações e mudanças não é apenas o que motiva e nos leva a percebermos essa subjetividade. Existe um algo mais. A sociedade sempre esteve em movimento. Eras medievais, pré históricas, renascentista, humanista, períodos negros ou claros, o mundo sempre esteve em mudança. A tecnologia talvez, acelere algumas coisas, mas não norteia e direciona as escolhas, tampouco a subjetividade. Existe algo que motiva o ser humano, existe algo que o cativa, que o induz, que o destrói ou constrói e esse algo é a paixão.
Tudo isso, está envolvido no Direito de Família, como o próprio texto ilustra, o pensamento de Freud acerca do desejo, das vontades, da sexualidade. Isso é o que motiva tanta subjetividade, tantos parâmetros, tantos desejos, desgovernados e diferentes entre si.
O mundo vive em um ciclo. A subjetividade do ser humano também.
Não se trata de modismos, de técnicas, de informação, trata-se de sentimento.
Portanto, até que ponto as outras pessoas nos instigam e nos convencem? Afinal, não somos nós um emaranhados de opiniões secundárias, formando nossa própria opinião, do nosso próprio jeito? Até que ponto a escola, por exemplo, pode interferir na educação, que deveria ser recebida dentro de casa? Até que ponto a vida aí fora tem que ensinar acerca de preconceito? Até que ponto o ser humano deve aprender, com o mundo, que o dinheiro não é o mais importante? Ou as marcas, ou o nome? Ou ainda mais, até que ponto o ESTADO exerce influência sobre o que queremos acreditar ou não?
Hoje, procurando acerca de assunto relevante do Direito de Família, encontrei um que me chamou a atenção. Uma moça, em um site bem conhecido da internet pergunta: “Sofri preconceito por não ser casada, isso é crime?”
PRECONCEITO.
De tudo que nos move, nos cerca, nos induz, nos conduz, nos amarra, nos liberta, podemos sempre perceber que existe dentro de nós preconceitos. Aquele preconceito sutil, que a sociedade busca esconder, mas não matar. Trata bem pra não demonstrar o preconceito. Trata bem para demonstrar que aceita como é. Todas as nossas limitações gira em torno do preconceito. Nos limitamos porque não queremos ser extravagantes demais ou reprimidos demais. Nos limitamos por não saber o que a nossa FAMÍLIA ou nosso círculo social pensará se tomarmos certa decisão. Não apenas me referindo a opção sexual, mas também à religião, à se envolver com um branco, ruivo, negro ou indígena. Preconceito em relação a quem é casado ou não, a quem é mulher ou não.
E aonde entra a Subjetividade nesse tema? Entra no bojo familiar. Na educação, que deveria ser dada pela família, e não pela escola. Acerca de que somos seres humanos. Somos todos iguais. Com olhos que enxergam ou não, com boca que fala ou não, com ouvidos que ouvem ou não, com a pele mais clara ou não, com tinta no rosto ou não, cristão ou não. No fundo somos um povo só. Um raça só. A raça humana.
Até quando precisamos viver como se estivéssemos preparados para uma guerra contra o próximo, quando a guerra deveria ser travada contra nós mesmos, contra nossas vontades errôneas, nossos pensamentos de maldade, nossas condutas erradas, que só nós conhecemos. Até quando guerrearemos contra o homossexual, o heterossexual, a prostituta, o negro, o branco, o evangélico, o católico? Se passássemos a pensar que a guerra é contra nós, contra nossas vontades intolerantes e erradas, é que perceberíamos que o mundo se tornaria muito mais agradável. Pois assim, lutando contra nossos defeitos de caráter, seríamos pessoas melhores.
E o Direito de Família, em seu cerne, busca com todas as forças entregar essa igualdade, essa satisfação, esse Estado positivista ao povo. Mas o povo não compreende. Ninguém compreende. No final das contas, a subjetividade está em nosso centro, no nosso DNA, nos nossos pensamentos, nas nossas vivências, passado, naquilo que formou nosso caráter, na nossa personalidade, nos nossos sonhos. Se atentássemos a Subjetividade de cada um ao que há de melhor, teríamos um Estado, verdadeiramente, respeitoso e digno.
Não é tão difícil, principalmente depois de lermos os textos que orientados pela professora, entendermos que tudo é uma questão de amar, de respeitar, é como diz o próprio autor “No fundo, o que se pretende em todos esses litígios e demandas judiciais é apenas não se deparar com o desamparo e o desamor.”
Pois afinal de contas, somos no fundo, uma única família. Subjetiva por demais.

Laís Schwarz Viana Fernandes

5/30/2011

Feliz!



Estou feliz, pois fui chamada para ser colunista do http://www.cabecajovem.com/ .
E estou mais feliz porque sei que isso faz parte dos SONHOS de Deus, e dos meus também.

Sabe, há momentos na vida da gente que parecemos ficar perdidos. Meio sem rumo, assim. Andamos, andamos, mas está tudo embaçado, tudo sem cor. Mas Ele está ali.

Sabe quando aquele silêncio te domina? Sabe quando aquele medo insiste em ficar? Sabe quando você sente a fraqueza te dominar? Os sonhos se perdem como que se fosse pétalas, arrancadas. Mas Ele está ali. Ele está ali. Ele está ali.

Ele reconstrói paredes da alma, Ele revive sonhos, Ele fortalece.

Talvez hoje, a situação em que você está não lhe dá escolhas. É meio escuro. Mas Ele é a luz do mundo!

Ele FOI.
Ele É.
Ele SEMPRE será.

Ele.

Obrigada Senhor, pela honra concedida! Sou tua.

E Ele é meu.

5/03/2011

Promessas


É quando olho para a imensidão do céu estrelado que consigo sentir um pouco da grandeza de Deus.

Então, sentada ali, olhando a noite se iluminar com tantas estrelas é que lembro das promessas. Das promessas de Deus.

Como, (diga-me), como poderíamos entender os mistérios de Deus? E aí você poderia me perguntar: Mas Laís, por quê crer nas promessas? E eu te responderia:

Porque o mesmo Deus que criou os céus e a Terra, é o Deus que anda ao seu lado dia após dia. O mesmo Deus que abriu o mar vermelho, para que houvesse libertação, é o Deus que te liberta todo dia. Sim, é o mesmo Deus que pediu uma prova a Abraão que lhe concede a honra de sacrificar algo todos os dias a Ele. O mesmo Deus que usou um pastorzinho de ovelhas, pequeno e esquecido, para derrotar o maior gigante das batalhas, invencível. É esse o Deus de promessas.

O Deus que não pensou duas vezes quando mudou o coração da prostituta Raabe, e lhe concedeu o desejo do seu coração, que sua família não morresse. É esse Deus que lhe concede a chance de realizar sonhos, de vencer seus limites, de sair do pecado, de libertar.

Creio nas promessas porque Deus chamou Davi de segundo Seu coração, com todos os seus pecados. Creio nas promessas porque esse mesmo Deus não aponta o dedo para nós quando erramos, pelo contrário, estende seus imensos braços fortes e nos abraça apertado, sussurrando no nosso ouvido: “Filho! Senti sua falta”. Enquanto apertamos nossos olhos, e choramos baixinho.

Esse é o Deus dos esquecidos, esse é o Deus dos que estão em luto, em luta. Esse é o Deus de batalha. O Deus de Jó. O Deus que concedeu toda sabedoria possível a um rei, chamado Salomão.

Esse é o mesmo Deus que levantou e capacitou Josué quando Moisés morreu.

É o Deus que não se envergonhou em dizer que a filha de Jairo não estava morta, ela apenas dormia, enquanto todos riam Dele, Ele devolveu à menina o espírito. Esse é o Deus que olha para os nossos sonhos esquecidos e escondidos nos cantinhos da alma e diz: Não! Seus sonhos não estão mortos, eles apenas dormem!

É o Deus que atraiu Agostinho da vida que estava e o fez um dos maiores inspiradores do cristianismo, apagando o seu passado e lhe dando uma nova chance, chance que o fez dizer: “Não existe nenhum santo sem passado, e também não existe nenhum pecador sem futuro.”

Creio nas promessas porque o mesmo Deus que criou toda a Terra e tudo que nela existe, se fez homem e habitou entre nós. Sentiu1 como nós sentimos. Correu como nós corremos, caiu como nós caímos, chorou como nós choramos, comeu como nós comemos, respirou como nós respiramos e se humilhou muito mais do que qualquer um de nós poderia se humilhar!

É no Deus que desceu de sua glória, para entrar em Jerusalém montado num jumentinho, que eu creio. No Deus que curou os pobres, os necessitados, os solitários. É no Deus que amou, que amparou, que chorou, que serviu… É nesse Deus que creio. São nessas promessas que creio.

Creio nas promessas, pois quando vejo a natureza, os rios, as árvores, as pedras, as flores, não vejo apenas cores ou sons, vejo o amor de Deus.

Creio nas promessas de Deus, pois não é possível entender como os ossos do bebê se formam dentro do ventre da mãe.

Creio nas promessas de Deus toda vez que vejo o alimento sobre a mesa, ou quando vejo a provisão de Deus.

Creio nas promessas de Deus quando vejo a criança dando os primeiros passos, com os braços abertos, confiando que haverá alguém para segurá-lo quando chegar mais longe!

Creio nas promessas de Deus quando vejo a criança aprendendo a andar de bicicleta sem rodinha, ou quando vejo o pai abraçando o filho…

Creio nas promessas de Deus quando vejo jovens que riem, que vivem em comunhão, que compartilham idéias, opiniões… E não desistem!

Creio nas promessas de Deus quando coloco a cabeça no travesseiro, e posso dormir em paz.

Creio nas promessas de Deus quando vejo um casal que esperou a pessoa certa, quando vejo o noivo lá na frente, esperando ansiosamente pela entrada da noiva.

Creio nas promessas de Deus quando vejo o missionário que deixa tudo, para servir ao Senhor.

Ouso dizer que creio nas promessas de Deus quando nos dias tristes ouço tocar a minha música preferida no rádio. Sim, eu creio nas promessas de Deus quando vejo que a planta que plantei no quintal está nascendo.

Quando vejo uma mãe amamentando, ou quando vejo um pai com o seu filho no ombro.

Sabe, às vezes, na vida temos mais motivos para não crermos nas promessas do que para crermos. Quanta maldade há no mundo não é mesmo? Quanto sofrimento há no mundo! Como crer que serás próspero se não tem expectativa de vida? Como crer que terá um casamento abençoado quando nunca viveu isso na sua casa, com seus pais, durante sua infância? Como crer que valerá a pena esperar se não se vê sinal de que Deus está fazendo? Como acreditar que aquela pessoa realmente mudou quando ela mesma já fez tanto mal a você? Como louvar ao Senhor quando não se sabe cantar? Ou como pregar quando não rompe a timidez?

É Deus quem rompe. É Deus quem muda.

Creio nas promessas de Deus, porque são elas, que me inspiram. E mesmo que eu olhe para o lado e não veja nada acontecer, eu ainda assim creio, pois são as promessas que movimentam meus sonhos, que alimentam a vida! São as promessas de Deus que nos motivam a sermos pessoas melhores, a sairmos da condição de pecadores. Porque são essas promessas que fazem com que Deus nos receba de braços abertos quando o negamos, como Pedro, e nos arrependamos depois.

Não vamos mudar o mundo, isso é fato. Mas se pensarmos que cada pessoa carrega dentro de si um mundo, então aí, poderemos sim mudar muitos mundos…

Há muita cor na vida, há muito movimento, muita métrica, muito mistério para ser desperdiçado!

Creio na promessa porque Deus é a própria promessa, a promessa da salvação, da graça e da preciosa luz. Ele é a esperança para o mundo abatido, para um mundo sem inspiração. Ele é a alma e a poesia. É o segredo do conforto.

Ele é o colinho quente, o abraço apertado, o beijo estalado! Ele é o sonho que realiza, o sorriso sem fim, o desabafo do amigo. Ele é o riso do bebê, a profundeza da música, a junção das palavras. Ele é o calor do sol, o movimento do vento, a cor das flores. Ele é o cheirinho da comida, o fim de tarde na varanda. Esse é Deus, esse é o amor. A simplicidade das cores, do mundo que Ele mesmo fez. Ele é o cordeiro de Deus, que desceu da glória, que lavou os pés dos discípulos, que serviu, que sorriu, que comeu com os pobres, que se alegrou nas festas, que compartilhou seu sonho, que venceu a morte e ressuscitou! Ele é o que há de melhor.

É por isso que creio nas promessas. Porque esse mesmo Deus de simplicidade é o Deus todo poderoso. Que nada mais fez do que provar seu imenso amor morrendo em nosso lugar.

É por isso que creio em novas promessas, porque a maior de todas elas já se cumpriu: Receber a salvação.

E isso já basta para me fazer acreditar, que esse é o Deus de promessas. O Deus que tudo pode fazer. Que tudo quer fazer. Porque nos ama. Porque somos Seu sonho. Porque nós mesmos somos a promessa, nós carregamos essa marca.

Seja a promessa de Deus na vida de alguém, e espere, porque o mesmo Deus que capacitou tantos, irá capacitar você também. E no fim da vida, quando tudo acabar, você vai olhar para trás e dizer: “Verdadeiramente, foi uma honra servir ao Deus de promessas, e muito melhor ainda é poder tê-las visto se cumprir.” Porque no final, tudo estará resolvido, e você entenderá finalmente que o mesmo Deus que lhe prometeu, foi o que cumpriu, quando você se entregou a Ele!

E no final tudo será claro. E quando abraçarmos a Jesus e sentirmos o Seu toque, finalmente entenderemos que jamais houve, nem haverá promessa maior do que essa: A de receber Jesus como salvador, e ter a chance de amá-lo.

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