5/03/2011

Promessas


É quando olho para a imensidão do céu estrelado que consigo sentir um pouco da grandeza de Deus.

Então, sentada ali, olhando a noite se iluminar com tantas estrelas é que lembro das promessas. Das promessas de Deus.

Como, (diga-me), como poderíamos entender os mistérios de Deus? E aí você poderia me perguntar: Mas Laís, por quê crer nas promessas? E eu te responderia:

Porque o mesmo Deus que criou os céus e a Terra, é o Deus que anda ao seu lado dia após dia. O mesmo Deus que abriu o mar vermelho, para que houvesse libertação, é o Deus que te liberta todo dia. Sim, é o mesmo Deus que pediu uma prova a Abraão que lhe concede a honra de sacrificar algo todos os dias a Ele. O mesmo Deus que usou um pastorzinho de ovelhas, pequeno e esquecido, para derrotar o maior gigante das batalhas, invencível. É esse o Deus de promessas.

O Deus que não pensou duas vezes quando mudou o coração da prostituta Raabe, e lhe concedeu o desejo do seu coração, que sua família não morresse. É esse Deus que lhe concede a chance de realizar sonhos, de vencer seus limites, de sair do pecado, de libertar.

Creio nas promessas porque Deus chamou Davi de segundo Seu coração, com todos os seus pecados. Creio nas promessas porque esse mesmo Deus não aponta o dedo para nós quando erramos, pelo contrário, estende seus imensos braços fortes e nos abraça apertado, sussurrando no nosso ouvido: “Filho! Senti sua falta”. Enquanto apertamos nossos olhos, e choramos baixinho.

Esse é o Deus dos esquecidos, esse é o Deus dos que estão em luto, em luta. Esse é o Deus de batalha. O Deus de Jó. O Deus que concedeu toda sabedoria possível a um rei, chamado Salomão.

Esse é o mesmo Deus que levantou e capacitou Josué quando Moisés morreu.

É o Deus que não se envergonhou em dizer que a filha de Jairo não estava morta, ela apenas dormia, enquanto todos riam Dele, Ele devolveu à menina o espírito. Esse é o Deus que olha para os nossos sonhos esquecidos e escondidos nos cantinhos da alma e diz: Não! Seus sonhos não estão mortos, eles apenas dormem!

É o Deus que atraiu Agostinho da vida que estava e o fez um dos maiores inspiradores do cristianismo, apagando o seu passado e lhe dando uma nova chance, chance que o fez dizer: “Não existe nenhum santo sem passado, e também não existe nenhum pecador sem futuro.”

Creio nas promessas porque o mesmo Deus que criou toda a Terra e tudo que nela existe, se fez homem e habitou entre nós. Sentiu1 como nós sentimos. Correu como nós corremos, caiu como nós caímos, chorou como nós choramos, comeu como nós comemos, respirou como nós respiramos e se humilhou muito mais do que qualquer um de nós poderia se humilhar!

É no Deus que desceu de sua glória, para entrar em Jerusalém montado num jumentinho, que eu creio. No Deus que curou os pobres, os necessitados, os solitários. É no Deus que amou, que amparou, que chorou, que serviu… É nesse Deus que creio. São nessas promessas que creio.

Creio nas promessas, pois quando vejo a natureza, os rios, as árvores, as pedras, as flores, não vejo apenas cores ou sons, vejo o amor de Deus.

Creio nas promessas de Deus, pois não é possível entender como os ossos do bebê se formam dentro do ventre da mãe.

Creio nas promessas de Deus toda vez que vejo o alimento sobre a mesa, ou quando vejo a provisão de Deus.

Creio nas promessas de Deus quando vejo a criança dando os primeiros passos, com os braços abertos, confiando que haverá alguém para segurá-lo quando chegar mais longe!

Creio nas promessas de Deus quando vejo a criança aprendendo a andar de bicicleta sem rodinha, ou quando vejo o pai abraçando o filho…

Creio nas promessas de Deus quando vejo jovens que riem, que vivem em comunhão, que compartilham idéias, opiniões… E não desistem!

Creio nas promessas de Deus quando coloco a cabeça no travesseiro, e posso dormir em paz.

Creio nas promessas de Deus quando vejo um casal que esperou a pessoa certa, quando vejo o noivo lá na frente, esperando ansiosamente pela entrada da noiva.

Creio nas promessas de Deus quando vejo o missionário que deixa tudo, para servir ao Senhor.

Ouso dizer que creio nas promessas de Deus quando nos dias tristes ouço tocar a minha música preferida no rádio. Sim, eu creio nas promessas de Deus quando vejo que a planta que plantei no quintal está nascendo.

Quando vejo uma mãe amamentando, ou quando vejo um pai com o seu filho no ombro.

Sabe, às vezes, na vida temos mais motivos para não crermos nas promessas do que para crermos. Quanta maldade há no mundo não é mesmo? Quanto sofrimento há no mundo! Como crer que serás próspero se não tem expectativa de vida? Como crer que terá um casamento abençoado quando nunca viveu isso na sua casa, com seus pais, durante sua infância? Como crer que valerá a pena esperar se não se vê sinal de que Deus está fazendo? Como acreditar que aquela pessoa realmente mudou quando ela mesma já fez tanto mal a você? Como louvar ao Senhor quando não se sabe cantar? Ou como pregar quando não rompe a timidez?

É Deus quem rompe. É Deus quem muda.

Creio nas promessas de Deus, porque são elas, que me inspiram. E mesmo que eu olhe para o lado e não veja nada acontecer, eu ainda assim creio, pois são as promessas que movimentam meus sonhos, que alimentam a vida! São as promessas de Deus que nos motivam a sermos pessoas melhores, a sairmos da condição de pecadores. Porque são essas promessas que fazem com que Deus nos receba de braços abertos quando o negamos, como Pedro, e nos arrependamos depois.

Não vamos mudar o mundo, isso é fato. Mas se pensarmos que cada pessoa carrega dentro de si um mundo, então aí, poderemos sim mudar muitos mundos…

Há muita cor na vida, há muito movimento, muita métrica, muito mistério para ser desperdiçado!

Creio na promessa porque Deus é a própria promessa, a promessa da salvação, da graça e da preciosa luz. Ele é a esperança para o mundo abatido, para um mundo sem inspiração. Ele é a alma e a poesia. É o segredo do conforto.

Ele é o colinho quente, o abraço apertado, o beijo estalado! Ele é o sonho que realiza, o sorriso sem fim, o desabafo do amigo. Ele é o riso do bebê, a profundeza da música, a junção das palavras. Ele é o calor do sol, o movimento do vento, a cor das flores. Ele é o cheirinho da comida, o fim de tarde na varanda. Esse é Deus, esse é o amor. A simplicidade das cores, do mundo que Ele mesmo fez. Ele é o cordeiro de Deus, que desceu da glória, que lavou os pés dos discípulos, que serviu, que sorriu, que comeu com os pobres, que se alegrou nas festas, que compartilhou seu sonho, que venceu a morte e ressuscitou! Ele é o que há de melhor.

É por isso que creio nas promessas. Porque esse mesmo Deus de simplicidade é o Deus todo poderoso. Que nada mais fez do que provar seu imenso amor morrendo em nosso lugar.

É por isso que creio em novas promessas, porque a maior de todas elas já se cumpriu: Receber a salvação.

E isso já basta para me fazer acreditar, que esse é o Deus de promessas. O Deus que tudo pode fazer. Que tudo quer fazer. Porque nos ama. Porque somos Seu sonho. Porque nós mesmos somos a promessa, nós carregamos essa marca.

Seja a promessa de Deus na vida de alguém, e espere, porque o mesmo Deus que capacitou tantos, irá capacitar você também. E no fim da vida, quando tudo acabar, você vai olhar para trás e dizer: “Verdadeiramente, foi uma honra servir ao Deus de promessas, e muito melhor ainda é poder tê-las visto se cumprir.” Porque no final, tudo estará resolvido, e você entenderá finalmente que o mesmo Deus que lhe prometeu, foi o que cumpriu, quando você se entregou a Ele!

E no final tudo será claro. E quando abraçarmos a Jesus e sentirmos o Seu toque, finalmente entenderemos que jamais houve, nem haverá promessa maior do que essa: A de receber Jesus como salvador, e ter a chance de amá-lo.

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