Ele sempre vem. Derrubando as muralhas.
Vem quebrando as concepções, criando princípios.
Ele chega de mansinho, me envolve, me cativa.
Fala manso, sussurra no ouvido.
Passeia pelos meus sentimentos, e faz mudar tudo.
Muda o rumo das coisas, transformando a dor em conforto.
Ele chega, como quem não quer nada, me agradece por tudo
Me aprisiona, e depois me deixa.
Me deixa como se não fosse mais voltar.
Me deixa com as minhas dores, e demora voltar.
Mas volta.
Foi ele quem me fez caminhar.
Transbordar, por tantas vezes.
Perdoar.
Ele me ensinou a sorrir, a dizer não.
A acreditar em mim.
Me mostrou que o passado, na verdade nem existe. É tudo uma coisa só.
Na verdade ele nem é dono do que passou.
Nem eu.
Nem ninguém.
E depois que me abandona, volta, como se não quisesse nada.
Me pega no colo, me gira no ar.
Me abraça.
Cheira meus cabelos, sente o calor da minha pele.
Olha nos meus olhos, com o mais profundo olhar...
E me leva.
Me envolve. Me beija.
Me solta ao léu. Transbordando de paixão.
E de repente, ele acalma as ondas.
Ele me traz a paz.
Me faz entender que é mais, amar é mais...
Amar é muito mais.
Amar é aquele algo profundo.
Muito mais profundo.
Não é paixão. É aquele dividir de alma. Encontrar de alma.
Aquele dividir de sonhos, de cores, de tratos.
Amar é aquilo que nos faz apoiar, quando tropeçamos.
Abrindo os braços, quando se chora.
Ele me mostra tudo isso, assim de repente.
Que amar é isso. Amar é fundo, é profundo.
É ele. Esse dono dos meus dias.
Que me carrega.
Me faz sentir saudade, daquilo que já foi. Me faz sonhar com o que pode ser.
Com o que será.
É ele que me deixa curiosa, nesse misto de paz e loucura. Certeza e curiosidade.
Pra saber quem será, como será, o que será.
É ele, o mais lindo de todos.
O que consegue me fazer perceber, que de repente tudo já passou, e eu estou bem.
Amadureci, cresci, sarou... passou.
Meu doce e eterno: TEMPO.