Qual é o verdadeiro motivo de eu estar aqui? Será mesmo que existo? O que sou eu? Quem sou eu? Sou uma alma em um corpo, um corpo em uma alma? Sou uma ilusão? Penso, logo existo. Já dizia Descartes. Existo para o quê? Para quem? Para mim mesmo?
Talvez não tenhamos todas as respostas que gostaríamos de ter. Mas é como o próprio Sócrates disse, a pergunta é mais importante que a resposta.
O mundo transpira mistério, não é perceptível? Pessoas grandiosas, acreditando em suas filosofias passaram por aqui… Pessoas que contribuíram para a sociedade, acreditaram em seus ideais e nem sempre eles eram os certos, mas foram pessoas que incitaram outras a pensar, a raciocinar, a duvidar. Hoje o mistério do mundo não encanta mais, apenas o mistério do homem.
Nos acostumamos a nos encantar mais com o último aparelho de computador ou celular, do que com o crescer das plantas, o nascer do sol, o canto dos pássaros ou o barulho do rio. Nos importamos mais com o último modelo de sapato do que com o desenvolvimento dos pés, das unhas, dos dedos dentro do útero da mãe.
Não é engraçado? Cheiramos a mistério. O vento, as árvores, os sons, a música, a sinfonia do universo, das estrelas… luzes que demoram milhões de anos luz para chegar até nós não nos encantam mais, pois o dinheiro tomou o seu lugar.
Esquecemos de quem somos, de como fomos criados e de pra onde iremos. Não nos importamos em deixar nada de valioso para a nossa geração. Não nos importamos em deixar um marco, um sinal de que nos importamos com os que ainda virão, com os filhos dos nossos filhos.
Vivemos, apenas. É isso.
Não nos entregamos ao amor profundo. Não vivemos o amor. Preocupamos com nosso jantar, com nosso refrigerante, com nossa roupa, com nossa cama, com nosso futuro, nossos estudos, nossas dores. E não lembramos sequer do nome da pessoa com quem conversamos há cinco minutos atrás. Onde estamos?
Em um mundo sozinho. Em um mundo feito de pessoas sozinhas. Que vivem unidas, mas são sozinhas. Não sabem falar sobre a cor, sobre a poesia, sobre as palavras… Em um mundo onde os que pensam são loucos, e onde os que não questionam são sábios.
Quanto tempo levaremos para entender que estamos aqui por um simples fato: Marcar.
É isso. Estamos aqui para marcar. Marcar alguém, marcar muitas ou poucas pessoas, mas marcar. Não estou falando de se impor com suas idéias, agindo com agressividade, estou falando de praticar o que é certo, de pararmos de dizer que acreditamos em Deus e continuarmos vivendo como se não nos importássemos com o que Ele pensa. Mas dizermos que acreditamos em Deus, e vivermos aquilo que acreditamos. Intensamente. Estamos aqui para mostrar à humanidade que é bom vivermos corretamente. Que não trata-se de sermos bobos, mas de sermos sábios. O conhecimento é poder, já dizia Francis Bacon. E não é exatamente isso o que diz a Bíblia? “Filho meu, se aceitares as minhas palavras e esconderes contigo os meus mandamentos, para fazeres atento à sabedoria o teu ouvido e para inclinares o coração ao entendimento, e se clamares por inteligência, e por entendimento alçares a voz, se buscares a as sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares, então entenderás o temor do Senhor e achará o conhecimento de Deus [...] assim andarás pelo caminho dos homens de bem e guardarás as veredas do justos. Porque os retos habitarão a terra, e os íntegros permanecerão nela.” Provérbios 2 fala sobre isso.
Você quer ser eterno na Terra? Marque sua existência! Seja menos cômodo, oras! Levante-se, pense, reflita sobre os mistérios. Por quê, afinal de contas, passarmos por essa Terra sem deixarmos nossas marcas? Sem explorarmos nossos mundos interiores, sem travarmos nossa guerra interior todos os dias? Porque nos acostumarmos com tudo, cedermos aos pecados, à ganância, ao conforto, quando há cheiro de mistério por aí, quando há cheiro de novidade, quando há ventos de coisas nunca antes descobertas, pensamentos nunca antes pensados, sentimentos nunca antes sentido, experiências com Deus, com pessoas, nunca antes vividas!
Explore-se.
Ora, pense melhor sobre tudo. Sobre quem você tem sido. Sobre quem você quer ser. Não seja mais um… Seja como a filha de Jairo, ou a mulher do fluxo de sangue, seja como Maria Madalena, como o cego Bartimeu, como Jesus, como Descartes, Sócrates, Durkheim, William Shakespeare, Aristóteles, Hegel, Marx, Rosseou, seja como Pedro, João, Lucas, Thiago… Ouse! Ouse pensar. Ouse sair da sua zona de conforto. Ouse arriscar-se. Ouse acreditar na sabedoria. Ouse vencer, romper suas barreiras, seus limites, suas limitações…
Pois pessoas que caminham contra o mundo, acabam marcando-o muito mais do que os que caminham em uma única direção.
O mundo é seu, não se adapte à ele, explore-o.
No fundo o verdadeiro motivo de você estar aqui é ser diferente. Não existe ninguém igual a você. Essa é a graça! O amor de Deus por você é tão imenso que Ele fez você um indivíduo particular, com suas próprias singularidades, para que você entendesse que é especial. E que muito mais do que um corpo, apenas, existe sentimento, existe cor, existe esperança, existe, principalmente, vida em você. Você é o mistério principal, não percebe?
Explore-se.
Beijos,
_____________________________________________________________
Laís Schwarz
Apenas sair do Blog após a leitura deste texto não seria justo. Pensar por longos minutos em um comentário plausível e não consegui-lo, e no final tudo que tenho a te dizer, em relação ao texto, é... Magnífico.
ResponderExcluirParabéns !