E de repente, aquilo que eram muros tornam-se nuvens, fumaça.
Ainda é difícil de ver, mas não é intransponível.
Porque de repente aquilo que era vazio, torna-se completo.
Ainda é difícil perceber, mas dá para sentir.
E assim, como se de súbito, aquilo que não existia, torna-se amor
E não é mais difícil notar, pois é força.
É plenitude.
É paz.
Serenidade, suficiente para apagar os defeitos.
E de repente aquilo que era sonho, torna-se realidade.
E vou dizer pra você, é daquelas realidades gostosas de serem sentidas, sabe?
Daquelas que são muito mais plenas que o sonho... do que qualquer sonho.
De repente é amizade, é cor, é suavidade.
Mas acima de tudo, é certeza. É descoberta. É inocência.
É promessa de um dia claro. De uma noite fria.
De um beijo suave, um abraço apertado.
É promessa de nunca deixar, é confiança em acreditar.
De repente é acreditar novamente no brilho da lua,
Na sua solidão.
Na sua sina.
De repente, é mais do que tudo.
É atração, é desejo, é calor.
De repente é sangue que corre, pensamento que fica.
Pensamento bom.
De repente é água na fonte, é cachoeira que vibra.
De repente é som. É volume.
E no mesmo instante é silêncio.
De repente, e não mais que de repente, é um algo que cresce devagar, que desenvolve e se propaga no tempo, sem diminuir, sem decrescer... É um algo assim, como se enxergasse o que não se vê, como se tivesse o que não se tem, como se acreditasse no que, para todos os outros, não existe.
De repente, nada mais é, do que esperança.
Daquelas esperanças que duram. E só se despedaçam quando alcançadas, exatamente como se esperava acontecer...
Assim.