Procurou algum lugar para se esconder, se esquivar daquilo. Qualquer refúgio dentro de si que afugentasse os sentimentos.
Buscou compreender se por uma questão de sorte as coisas não mudariam. Era como fazer o vento dar meia volta e ir novamente ao ponto de partida.
Tudo era como uma ventania por dentro. E havia vento de todos os lados. Não sabia para onde mandá-los.
De uma hora para a outra expirava uma vontade de buscar um abrigo qualquer. Um lugar escuro. Sem vento. Ficar ali, silenciosamente pensando.
Existem coisas na vida que só fazemos por não ter outra opção.
Insistia, consentia, sem pestanejar. Cobria qualquer defeito, buscava perfeição. Mas não compreendia.
Não compreendia que a perfeição já existia na sua eterna imperfeição.
Imperfeições nos cativam e atiçam nossa curiosidade.
Seres humanos perfeitos fisicamente, emocionalmente ou espiritualmente, não existem. Isso é conversa fiada! Ser imperfeito é a maior perfeição da criação.
Buscamos algo que nunca seremos.
Perfeitas imperfeições! - Ela sorriu.