Como deixaria de narrar aqui meu primeiro dia de aula? Descartando o fato de eu morar a exatamente 2 horas da minha faculdade, o resto está ok.
Saí de Campo Verde às 4 horas da tarde. Arrumadinha, com uma bolsa enorme no braço, um travesseiro maior ainda e minha disposição. Entrei no ônibus, nenhum rosto conhecido, até então. Quando enfim, o ônibus pára na frente do Supermercado Ponto Sul, vejo entrar no ônibus uma quantida imensurável de gente [isso porque ainda não começaram as aulas em todas as faculdades, apenas na UNIC.] Pessoas que eu não conversava havia anos. Todos ali. Conversamos, rimos. Saímos de Campo Verde. Ouço no fundo uma música sertaneja, que começa a ficar mais e mais alta. Quando olho para frente, na televisão está passando o show de uma dupla sertaneja, que por mais que eu tente lembrar o nome fica difícil. O som vai aumentando, a um ponto impossível de se aguentar. Olho pro lado, a estrada passando. Resolvi tomar o remédio, antes que começasse a ficar enjoada e vomitar na galera. Tomei sem água, indisposição total para buscar a água lá no fim do corredor. Resultado: Remédio entalado no meio da garganta, daqueles que você fica sentindo durante horas.
Coloquei meu mp4 nos ouvidos. MP4 estragado. Peguei o MP3 reserva, à pilha, com pouca música, graças à minha tia que o comprou pra mim. Serviu pra alguma coisa. Pra muita coisa.
No meio do caminho o cara grita: - Uma carreta derrapou na estrada! Tão tirando o petróleo da pista.
Dei aquela olhadinha pra um veterano de ônibus, que respondeu com um largo sorriso:
-Ih! Relaxa que isso é normal.
Graças a Deus, quando passamos pelo local do derrapamento o petróleo não estava mais lá e a pista estava liberada, não nos atrasamos. Chegamos 6:50 na faculdade. Eu estava perdida, as meninas me acompanharam, dizendo: Tá vendo? Aquele ali é o nosso bloco! O bloco de Direito.
[aquela leve vaidade da um pulo em mim] Leve, hein!
Cheguei na sala, aquele gelo. Não apenas o gelo do ar condicionado, mas principalmente aquele gelo, ahn... como eu posso dizer? Gelo emocional. Daqueles que só existe no primeiro dia. Olhei para uma senhora na minha frente, loira, bem maquiada. Dei um leve sorriso. Nada em troca. Professor entra na sala. Fala sobre coisas que até agora eu não consego me lembrar o que eram. Na verdade me lembro até o momento em que ele nos lembra sobre o que irá falar no decorrer do semestre. Depois ele começa a falar de provas, notas, faltas.
Mas uma das coisas mais interessantes, é o meu ima para atrair colegas indesejáveis em sala de aula. O cara com a maior pinta de bêbado, sentado no meio da sala. Já tinha atrapalhado a aula outras vezes, com perguntinhas toscas, daquelas que te faz pensar: O que estou fazendo aqui?- ou talvez, - o que ele está fazendo aqui? Numa faculdade?
Mas enfim, o cara começa a perguntar sobre antecedentes criminais. Perguntou se uma pessoa que vai prestar exame da OAB pode ter antecedentes criminais, mesmo que cumpridos. Pasmem, tremi.
Intervalo, desci pra comer alguma coisa. Sentei num banco, no canto. Sozinha. Abri o livro que estou lendo: Crespúsculo. Exatamente quando Edward sai ao sol. Estonteante de tanto brilho. Comi meu lanche. Subi. Professora de Linguagem Forense. Apresenta sua matéria, e sobre o que estará falando no decorrer do ano. PALAVRA CHAVE: COMUNICAÇÃO.
Saudades.
Ela olha pra mim e diz: Comunicação é tudo.
E a saudade? Fiquei com vontade de, sei lá, perguntar se estudaríamos Berlo, DeFleur. E, exatamente, quando estava pensando nisso, ela vira novamente [mereço?] pra mim e diz:
- Estudaremos, Teoria da Comunicação!
Fiquei tão feliz. Sabe aquela felicidade de se sentir novamente em casa? Sentir confortável? Afinal, eu já conhecia o território não precisava ter medo.
Mas a saudade foi tão infiel. Tantas coisas passaram pela minha cabeça, que quando asssustei já era hora de ir. Nos encontramos na frente da faculdade e ali estava o pessoal. Entrei no ônibus. Havia um menino que mesmo quando todas as luzes apagaram, insistia em não calar a boca. Queria conversar, com a voz no volume mais alto, estéreo e com direito a Home Theater.
Tirei um cochilo de 1 hora. Quando vi já havíamos chegado. Voltamos por outro caminho, mais curto.
Meia noite e meia. Comi, assisti tv [enquanto comia], li a Bíblia, orei e dormi.
E hoje estou aqui, correndo atrás de IED e Linguagem Forense. Agora, não mais por vaidade, por necessidade, talvez.
P.S: Tentei de todas as formas incluir nesse texto algo sobre a entrevista que Lula prestou à revista Piauí, dizendo que a imprensa lhe dá náuseas. Mas a entrevista foi tão elevada, que jamais caberia em um texto tão infantil e sem conhecimento de um primeiro dia de aula.
Poupe-me.
Saí de Campo Verde às 4 horas da tarde. Arrumadinha, com uma bolsa enorme no braço, um travesseiro maior ainda e minha disposição. Entrei no ônibus, nenhum rosto conhecido, até então. Quando enfim, o ônibus pára na frente do Supermercado Ponto Sul, vejo entrar no ônibus uma quantida imensurável de gente [isso porque ainda não começaram as aulas em todas as faculdades, apenas na UNIC.] Pessoas que eu não conversava havia anos. Todos ali. Conversamos, rimos. Saímos de Campo Verde. Ouço no fundo uma música sertaneja, que começa a ficar mais e mais alta. Quando olho para frente, na televisão está passando o show de uma dupla sertaneja, que por mais que eu tente lembrar o nome fica difícil. O som vai aumentando, a um ponto impossível de se aguentar. Olho pro lado, a estrada passando. Resolvi tomar o remédio, antes que começasse a ficar enjoada e vomitar na galera. Tomei sem água, indisposição total para buscar a água lá no fim do corredor. Resultado: Remédio entalado no meio da garganta, daqueles que você fica sentindo durante horas.
Coloquei meu mp4 nos ouvidos. MP4 estragado. Peguei o MP3 reserva, à pilha, com pouca música, graças à minha tia que o comprou pra mim. Serviu pra alguma coisa. Pra muita coisa.
No meio do caminho o cara grita: - Uma carreta derrapou na estrada! Tão tirando o petróleo da pista.
Dei aquela olhadinha pra um veterano de ônibus, que respondeu com um largo sorriso:
-Ih! Relaxa que isso é normal.
Graças a Deus, quando passamos pelo local do derrapamento o petróleo não estava mais lá e a pista estava liberada, não nos atrasamos. Chegamos 6:50 na faculdade. Eu estava perdida, as meninas me acompanharam, dizendo: Tá vendo? Aquele ali é o nosso bloco! O bloco de Direito.
[aquela leve vaidade da um pulo em mim] Leve, hein!
Cheguei na sala, aquele gelo. Não apenas o gelo do ar condicionado, mas principalmente aquele gelo, ahn... como eu posso dizer? Gelo emocional. Daqueles que só existe no primeiro dia. Olhei para uma senhora na minha frente, loira, bem maquiada. Dei um leve sorriso. Nada em troca. Professor entra na sala. Fala sobre coisas que até agora eu não consego me lembrar o que eram. Na verdade me lembro até o momento em que ele nos lembra sobre o que irá falar no decorrer do semestre. Depois ele começa a falar de provas, notas, faltas.
Mas uma das coisas mais interessantes, é o meu ima para atrair colegas indesejáveis em sala de aula. O cara com a maior pinta de bêbado, sentado no meio da sala. Já tinha atrapalhado a aula outras vezes, com perguntinhas toscas, daquelas que te faz pensar: O que estou fazendo aqui?- ou talvez, - o que ele está fazendo aqui? Numa faculdade?
Mas enfim, o cara começa a perguntar sobre antecedentes criminais. Perguntou se uma pessoa que vai prestar exame da OAB pode ter antecedentes criminais, mesmo que cumpridos. Pasmem, tremi.
Intervalo, desci pra comer alguma coisa. Sentei num banco, no canto. Sozinha. Abri o livro que estou lendo: Crespúsculo. Exatamente quando Edward sai ao sol. Estonteante de tanto brilho. Comi meu lanche. Subi. Professora de Linguagem Forense. Apresenta sua matéria, e sobre o que estará falando no decorrer do ano. PALAVRA CHAVE: COMUNICAÇÃO.
Saudades.
Ela olha pra mim e diz: Comunicação é tudo.
E a saudade? Fiquei com vontade de, sei lá, perguntar se estudaríamos Berlo, DeFleur. E, exatamente, quando estava pensando nisso, ela vira novamente [mereço?] pra mim e diz:
- Estudaremos, Teoria da Comunicação!
Fiquei tão feliz. Sabe aquela felicidade de se sentir novamente em casa? Sentir confortável? Afinal, eu já conhecia o território não precisava ter medo.
Mas a saudade foi tão infiel. Tantas coisas passaram pela minha cabeça, que quando asssustei já era hora de ir. Nos encontramos na frente da faculdade e ali estava o pessoal. Entrei no ônibus. Havia um menino que mesmo quando todas as luzes apagaram, insistia em não calar a boca. Queria conversar, com a voz no volume mais alto, estéreo e com direito a Home Theater.
Tirei um cochilo de 1 hora. Quando vi já havíamos chegado. Voltamos por outro caminho, mais curto.
Meia noite e meia. Comi, assisti tv [enquanto comia], li a Bíblia, orei e dormi.
E hoje estou aqui, correndo atrás de IED e Linguagem Forense. Agora, não mais por vaidade, por necessidade, talvez.
P.S: Tentei de todas as formas incluir nesse texto algo sobre a entrevista que Lula prestou à revista Piauí, dizendo que a imprensa lhe dá náuseas. Mas a entrevista foi tão elevada, que jamais caberia em um texto tão infantil e sem conhecimento de um primeiro dia de aula.
Poupe-me.
Que bom que alguma coisa dos velhos tempos vai te acompanhar nessa nova empreitada. Deve ser um sinal para você não se esquecer da gente. Tenha sempre um mp3 a mão, pois essas viagens de 2 horas prometem... boa sorte e tudo de bom!
ResponderExcluirUHASUHASUHUSHAUHAUSHUHAS lendo crepusculo no intervalo? vou nem comentar, e JUSTO nessa parte? vou nem comentar [2] UHASUHASUHASUHAUSH filhaaa, eu cheguei a conclusao q 'teoria da comunicaçao' te persegue, e na boa, sou mais Adorno, DeFleur, como disse nossa querida e inesquecivel Marcia 'Flora' Gomes, é muito fraco!! Que bom q vc está feliz!! Espero que de tudo certo! =**
ResponderExcluir"Comunicaççao é tudo", está para linguagem Forense, asim como "Tudo se Comunica", está para Laís.
ResponderExcluirBeijo Bem Grande e que Deus te abençoe sempre.
A dupla sertaneja que estava passando na TV, era o DVD de "João Neto e Frederico". Primeiro dia de aula, entrei no ônibus e vi aquela menina linda de cabelos negros logo nas primeiras poltronas, desviei o olhar para não parecer um maníaco [huahua], mas chamou a atenção, e, com meu antigo senso de minoridade, pensei, acho que ela nunca irá conversar comigo, e hoje... O mundo da voltas !
ResponderExcluirT'amo minha linda !