7/19/2010

Insistência


Gostaria de entender. Afinal de contas, tinha tudo. Tinha todos.

Mas aquilo insistia em permanecer.

Permanecia mesmo sabendo que não deveria permanecer. Permanecia como aquela mania insiste em permanecer. Permanecia como a vida insisti em permanecer. Permanecia como aquele frio insiste em não ir embora. Permanecia em como as flores insistem em nascer.



De alguma forma, aquilo permanecia mais forte.



Sem dúvida, desejava, que não permanecesse. Que fosse embora de uma vez por todas. Que procurasse a sua turma, pelo amor de Deus! Mas não queria. Insistia.

De alguma forma teria que se livrar daquilo. Porque aquilo não fazia bem. Pra alma, pro espírito e pra mente. Não era o correto, tampouco sadio. Era permanente. Era confidente. Era perigoso. Não podia trair a si mesma assim. Tudo não passava de ilusão. Não existem certas coisas. Certas coisas devem apenas ser esquecidas, e ponto final. Não adianta ficar remexendo o passado, viver de memórias... Não adianta. O que passou, passou. A hora era aquela, o momento era aquele. Não esse.



As coisas mudam, as pessoas mudam, as ideias mudam. O mundo continua o mesmo. E nós podemos continuar os mesmos de antes se quisermos. Mas será como viver o mesmo dia todos os dias. Como uma constante. Como um eterno único dia, sem novidade, sem graça, sem cor.



"Não deixe que a rotina acomode", disse o poeta.



Viver faz bem. Não permaneça em pensamentos permanentes. Alguns querem apenas te destruir. Destruir aquilo que demorou tanto tempo para construir. Não retroceda. Avance!



- existe muita novidade no mundo - eu quero dizer.



Não permaneça.



E mesmo sabendo que aquilo insistia em permanecer, ela insistia em esquecer.
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